A Bíblia: Quantos Livros e o que isso Significa
A pergunta "A Bíblia tem quantos livros?" parece simples, mas a resposta varia dependendo da tradição religiosa. A contagem dos livros bíblicos difere entre a Bíblia Católica Romana, a Bíblia Protestante e a Bíblia Ortodoxa. Vamos explorar essa diferença e o que ela significa para a compreensão da fé cristã.
A Bíblia Católica Romana: 73 Livros
A Bíblia Católica Romana é a mais completa, contendo 73 livros divididos em dois testamentos:
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Antigo Testamento (46 livros): Inclui os livros considerados canônicos pelos judeus, além de livros deuterocanônicos, como Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque e as adições a Ester e Daniel. Esses livros deuterocanônicos são aceitos como parte da escritura inspirada pelos católicos, mas não pelos protestantes.
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Novo Testamento (27 livros): Este testamento é o mesmo em todas as principais tradições cristãs, contendo os quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João), Atos dos Apóstolos, as Epístolas (cartas) de Paulo e outros apóstolos, e o Apocalipse (ou Revelação) de João.
A inclusão dos livros deuterocanônicos na Bíblia Católica reflete uma tradição diferente na formação do cânon bíblico, enfatizando uma perspectiva mais ampla da inspiração divina e da história da salvação.
A Bíblia Protestante: 66 Livros
A Bíblia Protestante contém 66 livros, excluindo os livros deuterocanônicos presentes na Bíblia Católica. A reforma protestante, iniciada por Martinho Lutero no século XVI, questionou a autoridade desses livros, levando à sua exclusão da versão protestante. Para os protestantes, apenas os livros presentes no cânon hebraico (Antigo Testamento) e os 27 livros do Novo Testamento são considerados canônicos e inspirados por Deus.
A divisão é a seguinte:
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Antigo Testamento (39 livros): Corresponde ao cânon hebraico, os livros aceitos como escritura sagrada pelos judeus.
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Novo Testamento (27 livros): Idêntico ao da Bíblia Católica.
A Bíblia Ortodoxa: 73 livros
A Igreja Ortodoxa compartilha a mesma contagem de livros que a Igreja Católica Romana, com 73 livros no total. A concordância entre essas duas tradições destaca a continuidade histórica e teológica em relação ao cânon bíblico.
O Significado da Diferença
A diferença na contagem de livros não implica necessariamente uma diferença fundamental na fé cristã. A questão central é a crença na inspiração divina das escrituras e na sua autoridade como guia para a vida e para a compreensão da relação com Deus. A divergência na formação do cânon bíblico reflete diferentes interpretações da tradição e da autoridade eclesiástica ao longo da história do cristianismo.
Independentemente da versão da Bíblia utilizada, o estudo e a meditação da Palavra de Deus permanecem como práticas fundamentais para os cristãos de todas as denominações. A compreensão do contexto histórico e teológico por trás da formação do cânon bíblico enriquece a experiência da fé e proporciona uma visão mais completa da riqueza e da diversidade do pensamento religioso cristão.
Em resumo: A quantidade de livros na Bíblia varia de acordo com a tradição religiosa, sendo 73 na Católica Romana e Ortodoxa, e 66 na Protestante. A diferença reside na inclusão ou exclusão dos livros deuterocanônicos, tema que demonstra a complexidade histórica da formação do cânon bíblico e a riqueza da interpretação da fé cristã.
